Glossário de audio lll

Circuito integrado Eletrônica

Dispositivo eletrônico formado por grande quantidade de componentes microscópicos de material semicondutor. Também conhecido como CI, tem em seu interior o equivalente a um circuito ou aparelho completo (ou quase), capaz de desempenhar inúmeras funções.

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Clipping

Também chamado de clipamento. Fenômeno encontrado quando o sinal de áudio atinge o limite máximo do amplificador ou pré, determinado pela sua tensão de alimentação e certas características do circuito. Ao se tentar gerar uma tensão (ou corrente) que supere esse ponto, temos o corte ou (clipping) da crista da onda, mudando sua forma original e ocasionando uma distorção do som.

Uma onda "clipada" mostra alta taxa de distorção harmônica total (DHT ou THD), dominada por harmônicos ímpares, soando áspera ou dissonante.

O mesmo fonômeno é visto em gravadores, sejam analógicos ou digitais. O valor mais alto que pode ser registrado geralmente é expresso como sendo 0 dB, e superá-lo leva à distorção.

Regra geral, em circuitos digitais e muitos analógicos, a distorção é chamada "hard clipping", onde o corte é abrupto. Em equipamento à válvula, alguns transistorizados bem projetados e nas fitas magnéticas (gravação analógica), o clipping costuma ser mais suave (soft clipping), traduzindo-se por uma distorção relativamente agradável.

Clock Eletrônica

Dispositivo de temporização que gera um sinal periódico (normalmente uma onda quadrada) utilizado para sincronizar sinais em equipamento digital.

CobraNet Informática

Marca registrada da Peak Audio (divisão da Cirrus Logic) que identifica sua tecnologia de rede utilizada para transmissão de áudio e vídeo digitais. Controla sinais por meio de redes Ethernet de 100 Mbps (compatível com IEEE 802.3) a até 100 m em cabo Cat-5 ou 2 km por fibra óptica. Suporta áudio em 16, 20 ou 24 bits (até 128 canais de áudio em 20 bits / 48 kHz).

Links externos: CobraNet.info

Compliância

Compliance - Mede o grau de flexibilidade de um sistema mecânico.

1. Toca-discos. Uma cápsula de alta compliância (mais flexível) segue melhor o sulco do disco que uma de baixa compliância (mais rígida), porém é mais suscetível a saltar com irregularidades encontradas (poeira, empenos, etc).

2. Alto-falantes. Um cone com uma suspensão de espuma ou borracha, que pode se mover com facilidade é mais compliante que um com suspensão de papel, mais rígida. O parâmetro de Thiele & Small correspondente é o Cms, medido em metros por Newton (m/N): quanto maior este valor, mais flexível o conjunto móvel e maior será Vas.

Ver também: Thiele/Small

Compressão

1. Redução da dinâmica de um sinal, de forma que as passagens mais fortes sejam atenuadas e/ou as mais suaves sejam instensificadas. Como exemplos, pode-se citar a compressão empregada na transmissão de sinais em telefonia analógica, rádio, TV e nos estúdios de gravação.

2. Redução de dados utilizada em sistemas de codificação digital, onde a taxa de bits (bit rate, medida em kilobits/segundo) é reduzida. Como exemplo, o MP3 e o Dolby Digital.

Ver também: compressor | limitação



Compressão de potência

Power compression ou thermal power compression - Também conhecido como "compressão térmica", é o fenômeno onde a transferência de potência do amplificador para o alto-falante cai à medida em que a bobina do falante se aquece. O fio de cobre (ou alumínio) quente apresenta maior resistência elétrica que quando frio, resultando em menor potência para a mesma tensão aplicada.

Uma bobina de fio de cobre aquecida a 200ºC acima da temperatura ambiente (valor comum em alto-falantes sob regime de grandes sinais) tem sua resistência (Re) dobrada, fazendo cair em 3dB a potência transferida pelo amplificador. Embora possa parecer pouco, representa uma perda de metade da potência. O aumento de Re faz Qes (fator de mérito elétrico) subir na mesma proporção, provocando um desalinhamento da sintonia do sonofletor. Em sistemas multivias, a compressão de potência afeta dos transdutores com intensidades diferentes, alterando equilíbrio tonal do sistema em diferentes níveis sonoros.

Existem outros dois tipos de compressão de potência menos conhecidos, mas relacionados a fatores mecânicos, e não à temperatura: compressão da força-motor (BL), originada pela saída da bobina do campo magnético no interior do gap; e a compressão de compliância (Cms), causada por não-linearidades da suspensão. Todos os três fenômenos são percebidos apenas sob regime de alta potência (grandes sinais).



Convolução Matemática

Operação matemática que produz uma função a partir de uma soma ou integração de outras duas funções. Uma função pode ser o sinal de entrada e a outra a resposta a um impulso. A convolução então, nos dá o resultado da aplicação desse sinal de entrada a um sistema com aquela resposta a impulsos.

Em áudio, o processo é utilizado para simular ambiência, reverberação e transformação de sinais (vozes e instrumentos musicais), entre outras aplicações.

Ver também: DSP

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Crosstalk

Diafonia - Acoplamento capacitivo, indutivo ou condutivo indesejado de um circuito ou canal para outro. Fenômeno onde um sinal transmitido de um circuito ou canal de um transmissor cria um efeito indesejado e outro circuito ou canal. Em telecomunicações, é popularmente conhecido como "linha cruzada".

Em áudio, é o "vazamento" entre canais. Pode ocorrer entre canais distintos (numa mesa de gravação ou PA, por exemplo) ou entre os canais esquerdo e direito num sistema estéreo ou entre qualquer dos seis canais num sistema surround 5.1, por exemplo. Expresso em decibéis (dB), e quanto mais negativo, melhor. A maior causa de diafonia é um desenho deficiente das placas de circuito impresso, onde as trilhas de sinal estão muito próximas umas das outras, desenvolvendo um acoplamento capacitivo. Cabos de sinal não-blindados muito próximos também podem desenvolver diafonia.

Ver também: separação entre canais

D'Appolito

Configuração de transdutores numa caixa acústica desenvolvida por Joe D'Appolito, na qual o transdutor de alta frequência (tweeter) é posicionado entre dois transdutores de médias ou baixas frequências iguais reproduzindo o mesmo sinal.

A depender da exata implementação, os transdutores (alto-falantes) podem estar alinhados vertical ou horizontalmente. Em qualquer caso, com tal disposição, os falantes de médias ou baixas combinam-se de forma a simular um falante de maior tamanho e ainda controlam a dispersão do tweeter.

Links externos: A Geometric Approach to Eliminating Lobing Error in Multiway Loudspeakers

DC300

Crown DC300. Um dos mais famosos amplificadores da história. Projetado em 1967 por Gerald Stanley, engenheiro da Crown, ganhou esse nome devido à sua topologia de acoplamento direto, o que lhe permite amplificar corrente contínua (DC) e por fornecer 300W/8 ohms.

Foi inicialmente desenvolvido para uso industrial, posteriormente adaptado para áudio e apresentado numa feira HiFi, onde fez sucesso. Sua qualidade sonora era boa para a época, e graças à sua construção robusta, foi bastante utilizado em sistemas de PA.

Podia trabalhar em regime de máxima potência por tempo indeterminado sem falhas, e funcionava bem com qualquer tipo de carga, sem instabilidades. Por isso, também era comumente visto em indústrias e laboratórios, sendo utilizado na galvanização de peças metálicas, controle de motores, como amplificador para cabeças de corte de acetato, etc. Conta-se que a NASA usava centenas deles para acionar um gigantesco shaker (vibrador) para testar algumas peças destinadas aos foguetes do projeto Apollo no fim dos anos 60.

Links externos: Manual e esquema do DC300

Decibel

dB - A décima parte do bel, em homenagem a Alexander Graham Bell. Unidade de medida inicialmente utilizada em telefonia, na medição das perdas de sinal em função do comprimento dos cabos.

Em áudio, o termo é utilizado para representar relações entre diferentes níveis de sinal. Artifício matemático baseado em logaritmos, onde são utilizaas potências de 10 para reprsentar um número. Por exemplo, em vez de dizermos que a faixa dinâmica de determinado equipamento é de 32.000 para 1, dizemos que é de 90 dB (o equivalente a 20*log[32000/1]). Sendo uma razão entre dois números, o decibel é adimensional (não tem unidade). Para ser uma indicação válida, é preciso haver um ponto de referência, denominado 0 dB. Diferentes pontos de referência existem, distinguidos por um sufixo:

  • 0 dBu - Equivale a 0,775 V RMS (775 mV).
  • +4 dBu - Nível padrão de sinal em áudio profissional, corresponde a 1,23 V RMS.
  • 0 dBV - Equivale a 1 V RMS.
  • -10 dBV - Nível padrão de sinal em áudio de consumo (amador) e semiprofissional. Corresponde a 0,316V RMS (316 mV) ou -7,78dBu. Normalmente nesses equipamentos, usam-se conectores RCA.
  • 0 dBm - referência de potência, equivale a 1 mW (miliwatt). Para converter seu valor para um nível de tensão equivalente, a impedância precisa ser especificada. Exemplo: 0 dBm sobre 600 ohms equivale a 0,775 volts (0 dBu) e os mesmos 0 dBm sobre 50 ohms equivalem a 0,224 volts. Atualmente a reprentação em dBm é pouco emprgada, sendo dBu e dBV as unidades preferenciais.
  • 0 dBr - Um nível arbitrário de referência, que deve ser especificado para que a unidade seja válida. Exemplo: a relação sinal-ruído de um equipamento pode ser indicada em dBr, onde 0 dBr seria igual a 1,23 V RMS (+4 dBu) - a especificação seria então "dBr +4".
  • 0 dBf - Referência de potência equivalente a 1 fW (femtowatt).
  • 0 dBFS - Nível de referência em áudio digital (FS = Full Scale), visto nas especificações de conversores A/D e D/A. O termo "Full Scale" se refere à máxima tensão de pico possível do sinal antes do "clipping digital" (sobrecarga dos conversores). Este valor é determinado pelo projeto do conversor, variando de acordo com o fabricante e modelo.
  • 0 dB SPL - Ponto de referência que representa o limiar da audição humana, igual a 20 uPA (micropascais RMS) no ar atmosférico.
  • dBA - Forma de indicação nas medidas de audibilidade com ponderação na curva A
  • dBC - Forma de indicação nas medidas de audibilidade com ponderação na curva C
Leia mais sobre decibel na Wikipedia

Decibelímetro Acústica / Física

Designação inadequada frequentemente dada aos medidores de pressão sonora.

Ver: medidor de_SPL

DI Box

Direct Interface Box ou Direct Injection Box - Dispositivo utilizado para possibilitar a ligação de um instrumento musical eletrificado (guitarra, violão, baixo, etc) diretamente na entrada de uma mesa ou pré. O aparelho provê uma carga de alta impedância para o instrumento, de forma a não afetar sua sonoridade, e ao mesmo tempo uma saída balanceada, de baixa impedância e isolada por meio de um transformador.

Existem DIs passivas, compostas apenas por um transformador e DIs ativas, com preamplificador alimentado por bateria ou phantom power. Algumas DIs possuem um atenuador na entrada para que possa receber o sinal de um amplificador de instrumento, balanceando a linha e enviando a uma entrada MIC ou LINE da mesa do PA ou estúdio. Outras tem incluso um circuito que simula o efeito da microfonação do falante de um amplificador de guitarra.

Links externos: O que é uma direct box? | Esquemas de DI | Guia de DIs (marcas e modelos)

Direct drive

Tração direta - Sistema de transmissão do movimento nos toca-discos, onde o eixo do motor é ligado diretamente ao eixo do prato, sendo muitas vezes, uma só peça. O ruido do motor (rumble) é quase inaudível, uma vez que a velocidade do motor é baixa (a mesma do prato) e não há peças intermediárias. O torque é alto e é facil controlar a rotação do sistema motor/prato, o que faz o direct-drive ideal para aplicações profissionais.

Os motores utilizados nos toca-discos de tração direta são comumente controlados por servos, que podem ser mais simples os mais complexos, a depender do nivel de qualidade de preço esperados. Os mais baratos usam sistemas onde um sensor magnético lê a rotação do prato e compara com um oscilador interno, fazendo as correções necessárias. O sistema funciona melhor em baixa rotação (33 1/3) e pratos pesados. Os aparelhos profissionais são controlados por um FG servo, que monitora continuamente a rotação do sistema motor/prato, comparando-a com uma frequencia gerada por um oscilador a cristal de quartzo. São sistemas extremamente precisos, mas relativamente complexos e caros.


Veja também: belt drive | rim drive

Diretividade constante

Do inglês constant directivity horn ou "corneta de diretividade constante". Corneta acústica de formato especial que, quando acoplada a drivers de médias-altas frequências, exibe uma distribuição (ou diretividade) razoavelmente constante tanto no eixo vertical como no horizontal (este mais importante).

Tais cornetas possuem duplo perfil (por exemplo, as Mantarray, esferoidais oblatas, as bi-radiais, etc), criados para solucionar o antigo problema da resposta dependente da frequência, nos modelos de formato tradicional (radial).

Uma CD horn bem projetada mostra-se como uma fonte sonora direcional de faixa relativamente ampla com um padrão de dispersão (diagrama polar) constante para todas as frequências a partir de determinado ponto (chamado "ponto de crossover") num ângulo horizontal de 90, 60 ou 40 graus e vertical de 40 graus, dependendo de seu desenho. São respectivamente chamadas "tiro curto" (short-throw, 90x40), "tiro médio" (medium-throw, 60x40) e "tiro longo" (long-throw, 40x40).

As cornetas de diretividade constante exibem um roll-off (queda) de aproximadamente 6 dB/oitava nas altas frequências, a partir de uns 2 ou 4kHz. Alguns divisores de frequência (crossovers) ativos e passivos tem uma rede de equalização conhecida como "CD horn EQ" específica para compensar esta queda. A depender do tamanho e perfil, podem produzir uma cobertura uniforme nums ampla gama de frequências, aproximadamente de 600 Hz a 16 kHz.

Links externos: Constant Directivity Horn Equalization

Disjuntor Eletricidade

Dispositivo de proteção elétrica semelhante a um fusível, mas que em lugar de se destruir apenas se desarma, sempre que ocorrer um curto-circuito nos condutores da rede elétrica e antes que os efeitos térmicos e mecânicos desta corrente possam se tornar perigosos às próprias instalações. Também desarma se houver excesso de consumo de corrente (ampères) dos equipamentos que alimenta, para não sobrecarregar os condutores (fiação). Resolvido o problema na instalação, o disjuntor pode ser rearmado. Não protege contra descargas atmosféricas, pois seu tempo de resposta é lento em relação ao raio.

Leia mais sobre disjuntor na Wikipedia

Links externos: GE > Disjuntores

Distorção

A medida dos componentes estranhos acrescentados a um sinal de áudio original.

Dá-se este nome a qualquer alteração imposta a um sinal de áudio, exceto em sua amplitude. Suas formas mais comuns são componentes não desejados (artefatos) somados ao sinal original, inclundo aí ruídos como o hiss (chiado) e hum (zumbido).

A distorção mede a linearidade de um sistema - ou a não-linearidade, a depender do ponto de vista. Qualquer fator externo acrescentado ao sinal altera sua forma, por mínima que seja essa deformação. Uma análise espectral do sinal já alterado mostra os componentes indesejados. Um equipamento perfeito não distorce o sinal de forma alguma: o espectro do sinal de saída é idêntico ao da entrada, sem nada a mais nem a menos - o "fio de conexão com ganho", tão sonhado pelos audiófilos...

Ver também: THD | ruído

Leia mais sobre distorção na Wikipédia (em inglês)


Dither

Ruído (analógico ou digital) acrescentado a um sinal antes da quantização (redução da bit depht ou profundidade de bits), com a intenção de reduzir a distorção resultante do processo. Apesar de haver um pequeno aumento no nível de ruído de fundo (queda na relação sinal-ruído), o dither filtrado pode mascarar esse efeito. O ruído é mais tolerável que a distorção, e permite que sinais de baixo nível possam ser ouvidos mais claramente. Deve ser sempre a última etapa do processamento de um sinal.

Os diferentes tipos de dither são: RPDF (retangular), TPDF (triangular), GPDF (Gaussiano) e filtrado (ou high-pass).

Drop-out

Perda momentânea do sinal registrado numa fita magnética, devido a imperfeições nesta. Pose se dever à presença de material não-magnético em sua superfície, como poeira, sujeira ou impressões digitais, que leva a um ligeiro afastamento da cabeça de gravação. Em fitas de baixa qualidade, o drop-out também pode ser causado por falta de homogeneidade da camada de material magnético ou falha por descamação.