Vou tentar de uma forma geral deixar aqui as principais características de funcionamento do protocolo DMX.
Se estas características forem levadas em conta numa instalação temos possivelmente 90% dos nossos problemas eliminados.
DMX-512 é um protocolo que foi criado para possibilitar a comunicação entre dispositivos de iluminação.
Utilizo os termos mesa, console e controlador para me referir a dispositivos que enviam e recebem sinais DMX-512.
Os termos mesa e dimmer, são utilizados por serem comuns, porém, são os aparelhos como uma maquina de fumaça, scanner, moving head por exemplo os que mais se difundiram neste ramo e com este protocolo.
Definição
DMX-512 é um padrão criado especificamente para a comunicação entre dispositivos de iluminação, e define as suas regras de comunicação e interligação.
Como outros padrões por exemplo o USB para computadores, a RS-232 e a RS-485 (esta ultima muito parecida com o DMX-512), o padrão Ethernet entre muito outros, posso até me arriscar a dizer que como o PORTUGUÊS ou o INGLÊS, para ser mais insistente, vejamos o porque mais adiante.
Histórico
Antes do DMX-512 surgir, já existiam outros padrões para a comunicação de dispositivos, como o 0-10VDC analógico, porém em 1986 o Instituto de Teatro e Tecnologia dos EUA definiu uma maneira de comunicação entre consolas e dimmers (mesa e equipamento).
Pequenas revisões foram feitas em 1990, para consertar problemas e criar melhorias.
Em 1998 foi iniciada a revisão para dar suporte não só a mesas e dimmers, mas também a outros aparelhos como scanners, moving heads e maquinas de fumaça.
Funcionamento
No padrão analógico "0-10VDC", cada canal é comandado por um fio,
ou seja 24 canais dimmer, significa ter 24 fios ligados aos dimmers e mais 1 de referencia ou massa,
tornando a cablagem complexa e cara, fora os problemas com loops de terra e ruídos gerados.
Por outro lado, um único cabo DMX-512 pode enviar 512 canais, e com a comunicação digital, ruidos não são reconhecidos pelos aparelhos e dispositivos.
A comunicação é feita de forma serial á razão de 250kbps (250 kilobits por segundo) o que permite o tráfego de 40 pacotes de 512 canais a cada segundo.
Quando são necessários mais de 512 canais, podem-se utilizar diversos consoles ou então consoles com mais de 1 saída DMX-512 "Universo DMX", como por exemplo a AVOLITES PEAR 2004 que possui 4 Universos e controla 2048 canais DMX.
Características Elétricas
O DMX-512 tem as mesmas características do padrão EIA-485 ou RS485 e significa que os mesmos cabos podem ser utilizados, um DRIVER DMX envia sinal utilizando um par complementar de fios, quando 1 está no nível alto (1) o outro está no nível baixo (0) como ambos os fios detectaram ruído, um circuito eletrônico no RECEIVER encarrega-se de rejeitá-lo fazendo uma subtração entre os dois sinais, como nos cabos balanceados de áudio.
O driver precisa fornecer no mínimo, 1,5V de tensão diferencial e os receptores precisam de 200mV para detectar que não existam erros de comunicação.
A cablagem deve seguir a norma EIA485, ou uma grande quantidade de ruído pode ser gerada fazendo com que a segurança do sistema possa ser seriamente comprometida.
Conectores
Os conectores devem ser XLR de 5 pinos, onde cada pino serve de:
1 - MASSA (sinal comum ou referência, não é terra e não deve ser conectado no chaci do conector, ligar este pino á terra pode gerar problemas em dispositivos com entrada/saída isolada ou flutuante.
2 - Data -
3 - Data +
4 - Reservado (alguns fabricantes transmitem o segundo universo DMX com DATA-)
5 - Reservado (alguns fabricantes transmitem o segundo universo DMX com DATA+)
Como os conectores XLR de 5 pinos são complicados de encontrar e caros, alguns utilizadores passaram a utilizar o XLR de 3 pinos, e os fabricantes passaram a utilizar esses conectores, com os mesmos dados nos pinos 1,2,3.
Diferente dos conectores de áudio o XLR fêmea é a saída e o macho a entrada de sinal por padrão dos fabricantes.
Cabos
Os cabos utilizados devem ser os mesmos para EIA845, apesar dos cabos de microfone estarem largamente disponíveis, possuem capacitancia muito alta e impedância não adequada para a comunicação digital de dados.
Não utilizar os cabos corretos, não significa que os dispositivos deixem de funcionar, mais sim que funcionem de forma incorreta dependendo da distância percorrida e de outros fatores inerentes à instalação.
Conexão
A maioria dos dispositivos receptores de DMX possuem entrada (input) e saída (output).
A maneira correta de ligar dispositivos DMX é usar o exemplo
MESA -> EQUIPAMENTO 1 -> EQUIPAMENTO 2 -> TERMINAÇÃO "que será discutida mais adiante"
Note que o sinal sai da mesa, passa pelo primeiro aparelho ou dispositivo, sai do dispositivo e entra no próximo dispositivo e assim sucessivamente. É proibido utilizar cabos Y em DMX-512, caso a ligação de um a outro seja complicada, deve-se utilizar um aparelho chamado de BUFFER ou SPLITER, que será explicado daqui a pouco.
Terminação
Um item esquecido ou simplesmente ignorado nas ligações de aparelhos é a terminação, e é simplesmente uma resistência ligada entre os pólos 2 e 3 do cabo ligado ao ultimo dispositivo.
Ela pode ser feita soldando-se uma resistência de 120Ohms numa ficha XLR macho.
Alguns dispositivos possuem uma chave ou switch que seleciona se ele deve ou não ser uma terminação, caso esse aparelho seja o ultimo da linha, deixe este switch na posição ligado, caso não seja, deixe-o desligado.
A terminação é importante, pois garante que o sinal não retorne para a linha (cabo) transmitindo ruidos e garantindo um melhor funcionamento dos dispositivos.
Estas são as bases principais que todos os utilizadores e instaladores devem conhecer e cumprir quando pensam em criar um circuito de iluminação com comando DMX।
Ligação cabos de 3 e 5 pinos
Quanto á ligação da ficha é simples, os pinos correspondem numericamente
Plugs 5 Pinos
1 ( Massa)
2 ( U1 - )
3 ( U1 + )
4 ( U2 - )
5 ( U2 + )
Plugs 3 Pinos
1 ( Massa )
2 ( Negativo )
3 ( Positivo )
Os pinos 4 e 5 são utilizados quando os controladores têm 1024 canais, ou seja 2 universos de 512 canais
A massa é comum
Os pinos 2 e 3 pertencem ao 1º Universo
E os pinos 4 e 5 pertencem ao 2º Universo
Se a utilização for para instalação do tipo fixa pode optar por cabo de informática do tipo UTP ou STP categoria 5e ou superior, está comprovado o bom desempenho destes cabos em instalações DMX.
NUNCA utilizar cabo de corrente para dmx, o cabo não responde a qualquer das caracteristicas necessárias pelo protocolo
Pode foncionar e tb pode parar de repente, com erro de transmissão de dados
Se for por uma questão de preço, aconselho a utilização de cabos informáticos Cat5e
Se possivel utilizar cabos DMX
A posição dos pinos inverte, ou seja
no macho se estiver o 1 á direira na fêmea estará á esquerda
os numeros vem marcados junto aos polos da ficha
Vai aqui algumas soluções para algumas das duvidas mais comuns que aparecem aos menos experientes nesta área e como resolve-las.
- Como posso ligar projetores convencionais para comandar num console DMX ?
Esta é uma duvida bastante comum aos iniciados na iluminação profissional, afinal os projetores apenas ligam diretamente á corrente e não têm qualquer tipo de circuito eletrônico.
A ligação de projetores convencionais é efetuada através de dimmers ou switch-packs que lhes fornecerão a energia mediante a ordem DMX que lhes é enviada.
- Então quando devo utilizar um Dimmer ou Switch-Pack ?
A diferença principal entre estes dois equipamentos é a forma como eles efetuam o envio de energia aos equipamentos.
Enquanto que o dimmer é controlado por Triacs e envia acorrente percentualmente "tipo regulador de luz" o switch-pack normalmente aciona relés que funcionam como simples interruptores para ligar e desligar o equipamento.
- Tenho um globo de espelhos e queria colocar pra rodar pela mesa de luz, posso utilizar um dimmer para isso ?
Até pode...
Mas tem de ser bem configurado no controlador para não avariar o motor da bola, para estes casos a melhor opção é o switch-pack porque envia sempre a totalidade da energia.
No caso do dimmer por lapso pode-se enviar quantidades de energia baixas e avariar os equipamentos que necessitam dos 230Vts para funcionarem.
Explo: Dimmer a 50% envia +/- 115Vts
- Precisava controlar vários aparelhos que estão a uma grande distancia uns dos outros, como fazer?
Pode-se sempre fazer por cabo, recorrendo ao uso de repetidores para aumentar o sinal, mas já existe uma forma mais simples.
Já está disponível no mercado equipamento de envio de sinal DMX por wireless, com capacidade de distancias na ordem dos 1.000 a 2.000 metros sem a utilização de repetidores.
- Tenho o controlador num local onde preciso sair para a frente, traz, esquerda e direita, vou ter de andar com cabos para a frente e para traz ou tenho outra solução?
Claro que existe uma solução para estes casos
O cabo que sai do controlador irá ligar a um Spliter/Buffer onde serão ligadas as saídas para os locais pretendidos.Não esquecer de colocar a terminação (plug com a resistencia lembra?) no final de cada linha
- Os meus dimmer são antigos e não trabalham com DMX, tenho de comprar outros para trabalhar com os sistemas atuais?
Caso tenha vários equipamentos analógicos, será mais rentável o investimento num conversor DMX > 0-10V e passará a controlar todos os seus equipamentos com sinais analógicos 0-10V a partir de um controlador DMX.
- Sei que posso controlar as luzes no meu computador, como faço?
Existe um vasto leque de controladores DMX que interligam ao PC por USB e que depois controlam as luzes através de software.
Alerto que esta solução não é mais econômica que um console de iluminação e não é prática para todo o tipo de operacionalidades.
Um controlador minimamente eficaz custa sempre a cima dos R$5.000,00 e como deverá ter um computador exclusivamente para o seu funcionamento, o preço sobe para valores que chegam a ultrapassar o valor de muito bons controladores.
Sou adepto da instalação destes sistemas computorizados em bares e discotecas onde normalmente não existe um profissional a operar a iluminação, estes sistemas são fáceis de usar por qualquer pessoa ao fim de 10 minutos de explicação.
No entanto a sua eficácia é baixa para trabalhar em iluminação de espectáculos e outros eventos ao vivo onde existe um técnico que pode tirar o máximo partido dos sistemas á sua disposição.